0060A a1a
a2a Memoriall 0060A - Antonio da Silva Prado

Compartilhe o Memorial 0060A

Biografia

Filho de Martinho da Silva Prado e de Veridiana Valéria da Silva Prado, membros da aristocracia cafeeira paulista, tinha o apelido de Antonico. Dona Veridiana era filha de Antônio da Silva Prado, o Barão de Iguape. Seu pai era tio de sua mãe.

Formado na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1861, cursou especialização em direito em Paris. Foi chefe de polícia em São Paulo. Deputado provincial de São Paulo (1862-1864). Foi deputado federal, na época se dizia "deputado geral", em 1869 e 1872 pelo Partido Conservador. O conselheiro publicava suas opiniões no órgão do Partido Conservador, o Correio Paulistano, que foi de sua propriedade a partir de 1882, e que mais tarde se tornou o órgão do PRP, ao qual o conselheiro se filiou.

Em 1878 foi inspetor especial de terras e colonização da Província de São Paulo.1 Tornou-se conselheiro do Império em 1888 e senador em 1886.

Foi partidário da abolição, e ministro da agricultura. Foi incentivador da imigração italiana no Brasil sendo um dos fundadores da "Sociedade Brasileira de Imigração". Foi também ministro das relações exteriores.

Foi incentivador de ferrovias, tendo, no ministério da agricultura, autorizado a construção de muitas linhas férreas no Brasil.

Como ministro da agricultura, em 1885, participou da elaboração e assinou, junto com a Princesa Isabel a Lei Saraiva-Cotegipe, também chamada lei dos sexagenários, lei que previa a abolição gradual da escravatura negra no Brasil com indenização aos proprietários de escravos.

Em 1888, o conselheiro Antônio Prado fez parte do gabinete João Alfredo Correia de Oliveira que elaborou o projeto da Lei Áurea.

Quando faleceu no Rio de Janeiro, em 1929, seu filho Antônio da Silva Prado Júnior era o prefeito da cidade.

Primeiro prefeito de São Paulo

Na República pertenceu ao PRP.

Tomou posse como intendente da cidade de São Paulo em 7 de janeiro de 1899, sendo o primeiro a receber o título de prefeito e permaneceu doze anos no cargo, até 15 de janeiro de 1911, o que o torna o prefeito que mais tempo ficou no cargo. Foi um dos fundadores do Automóvel Clube de São Paulo.

Procurou modernizar a cidade, através da construção de pontes e o aterramento de várzeas que, em período de chuvas, impediam a ligação entre as várias regiões da cidade de São Paulo.

Foi responsável, em seu mandato, pela implantação do sistema de energia elétrica na cidade, em 1900, graças a uma usina hidroelétrica construída em Santana de Parnaíba, através da empresa canadense The Sao Paulo Light & Power, que ocupava o atual centro comercial do mesmo nome.

Embora tivesse sido em sua gestão que ocorreu a construção do Teatro Municipal, deixou o cargo em 15 de janeiro de 1911, sendo o Teatro Municipal inaugurado pelo então prefeito Barão Raymundo Duprad em setembro de 1911, ao lado do Viaduto do Chá. Mas, Antônio Prado inaugurou a Pinacoteca do Estado e a Estação da Luz – além da construção da avenida Tiradentes, onde se localizam as duas obras citadas.

Neste período, a população aumentava vertiginosamente: como consequência do fim da escravidão, grandes levas de imigrantes vieram para o Brasil, principalmente italianos (estima-se que na primeira década doséculo XX cerca de 900 mil deles chegaram ao país), fazendo a população da cidade saltar para quase 400 mil habitantes – e em 1908 chegaram os primeiros japoneses. A maciça ocupação da cidade por estrangeiros ocorreu devido à rápida industrialização, com destaque para os setores têxtil e de alimentação.

Depois de deixar a prefeitura, o Conselheiro Antônio Prado deixou a política, só a ela retornando para fundar, em 1926, o Partido Democrático (1930) emprestando seu prestígio político à nova sigla. A reunião de políticos que fundou o Partido Democrático foi realizada em sua residência.

Cafeicultor, banqueiro e empresário

Antônio da Silva Prado e seu irmão Martinho Prado Júnior (o Martinico Prado) foram colonizadores na região de Ribeirão Preto adquirindo a Fazendas São Martinho (na atual Pradópolis) e formando a FazendaGuatapará que chegaram a possuir 20 milhões de pés de café. A Fazenda Guatapará recebeu o Rei da Bélgica em 1923.

O conselheiro Antônio Prado também formou a fazenda Santa Veridiana, nome que homenageia sua mãe, que chegou a ter 4 milhões de pés de café, localizada no atual município de Santa Cruz das Palmeiras. Criou também o balneário do Guarujá, um empreendimento pioneiro para a época, o início do século XX.

Antônio da Silva Prado foi banqueiro proprietário do Banco do Comércio e Indústria do Estado de São Paulo, conhecido posteriormente como Banco Comind, da Vidraria Santa Marina e dono de um frigorífico emBarretos e proprietário e presidente da Companhia Paulista de Estradas de Ferro por 30 anos. A Paulista, ficou conhecida mundialmente por sua eficiência e pontualidade e, se dedicou principalmente ao transportede café e carnes. Foi também um dos pioneiros em reflorestamento no Brasil, plantando bosques para abastecer de madeira a Companhia Paulista de Estradas de Ferro.

Chácara do Carvalho

Recebida por herança, a Chácara do Carvalho, foi onde residiu com sua família, a esposa Catarina da Silva Prado e oito filhos, no período de 1893 a 1929.

Tal era o prestígio da família e do palacete, que, em agosto de 1920, chegou a hospedar os reis da Bélgica. Seu enterro saiu da propriedade, sendo acompanhado a pé pela população até o Cemitério da Consolação, na capital de São Paulo.